Estruturação de CRIs em ecossistema da Bloxs cresce embalada pelo setor de energia

Como pioneira em operações de financiamento de usinas fotovoltaicas em geração distribuída, o ecossistema da Bloxs abriu esse mercado ao grande público e se tornou referência no país.

Com o marco legal do setor, os projetos ganharam porte e escala, atraindo grandes players e exigindo novas soluções de captação.

Atenta a esse movimento, a fintech passou a oferecer soluções estruturadas, com foco maior em investidores institucionais, levando à natural evolução das ofertas para CRIs.

A equipe da Bloxs Capital Partners (BCP), assessoria independente que faz parte do ecossistema da Bloxs, é responsável por dar forma a essas operações e permitir que novas usinas sejam construídas em diversos estados.

Neste artigo, vamos explorar melhor o caminho que levou a Bloxs a se tornar um expoente em operações de energia solar e analisar o crescimento de ofertas de CRIs que a plataforma vem registrando nos últimos anos.

Confira os tópicos que vamos abordar a partir de agora:

  • De coadjuvante a protagonista: energia solar cresce e requer novas soluções de financiamento
  • Segurança jurídica é estímulos aumentam demanda de capital
  • Por que os CRIs se destacam no financiamento de projetos solares?
  • Ecossistema Bloxs se torna referência em operações do setor
  • Requisitos para estruturação de um CRI de sucesso
  • Crescimento de estruturação de CRIs na Bloxs
  • Papel da Bloxs na estruturação de CRIs de energia

De coadjuvante a protagonista: energia solar cresce e requer novas soluções de financiamento

Com a criação do primeiro marco regulatório da geração distribuída, há cerca de 10 anos, as usinas fotovoltaicas começaram a se espalhar de forma vigorosa pelo país.

Isso se deveu aos grandes incentivos para a construção desse tipo de empreendimento, sobretudo as isenções fiscais e as linhas de financiamento destinadas ao setor.

Hoje, a energia solar responde por mais de 15% da nossa matriz elétrica, com 34.228 MW de potência instalada, atrás apenas das usinas hidrelétricas, responsáveis pela metade da energia que consumimos.

Com isso, surgiu a necessidade dos empreendedores diversificarem suas fontes de crédito, buscando opções de financiamento no mercado de capitais.

Sempre observando as tendências mais promissoras nos investimentos alternativos o time de Negócios logo identificou nessa demanda reprimida uma oportunidade de viabilizar bons projetos de pequeno porte, capazes de servir de fonte de renda e construção de patrimônio para pequenos investidores.

Segurança jurídica e estímulos aumentam demanda de capital

Graças à aprovação do marco regulatório, em 2022, trazendo mais segurança jurídica e previsibilidade para o setor, os projetos de energia solar ganharam vulto e começaram a atrair grandes players, com novas necessidades de financiamento.

crowdfunding já não era mais capaz de comportar o porte das novas usinas, como explica Márcio Paiva, CFO da Bloxs:

O tamanho das usinas começou a crescer muito. Já não falávamos mais em meio mega, como no passado. Com a redução do preço do Capex e o marco regulatório, começamos a ver projetos de cinco mega que, obviamente, não se adequavam mais às operações de crowdfunding.

Por que os CRIs se destacam no financiamento de projetos solares?

A unidade de Originação da startup mapeou as operações mais aderentes no mercado e identificou que os Certificados de Recebíveis Imobiliários seriam a opção mais adequada para financiar usinas fotovoltaicas de maior porte.

Segundo Paiva, os CRIs de energia são mais atraentes para os investidores, por oferecerem mais segurança e previsibilidade de receita.

Nós sabemos como a questão da vacância impacta os CRIs de aluguel imobiliário, pois os imóveis são únicos e limitados geograficamente, ao contrário da geração de energia fotovoltaica, que abrange toda a região de atendimento da concessionária. Dificilmente o investidor vai ver um problema com a receita, pois não vemos diminuição no consumo de energia.

Dessa forma, de acordo com Márcio, os gestores de recursos buscam sempre boas oportunidades de investimento respeitando a máxima do ratio “risco/retorno”. No caso da energia existe uma grande eficiência neste quesito: 

  • receita muito previsível; 
  • reajuste indexado normalmente ao IPCA; 
  • evitando o descasamento de índices (dívida e receita têm o mesmo índice de reajuste); 
  • carteira de recebíveis é facilmente substituída; 
  • inadimplência é muito baixa; 
  • demanda é grande e crescente. 

O grande benefício desse tipo de operação é o fato de os emissores poderem acessar uma forma de financiamento que se adapta à geração do fluxo de caixa livre. 

Essa flexibilidade permite uma antecipação não onerosa de encurtamento do prazo da operação via cash sweep. Não impacta o endividamento das empresas, proporciona uma visibilidade positiva. 

Outro ponto importante é que usualmente traz uma taxa de juros menor, pois, o investidor muitas vezes é isento do imposto de renda.

Ecossistema Bloxs se torna referência em operações do setor

Várias ofertas no segmento acabaram fazendo com que a plataforma da Bloxs se tornasse referência em geração distribuída, a exemplo das operações distribuídas via resolução CVM 88, como Detronic, Voltxs, CGC Energia e TMX.

Segundo Paiva:

Essa experiência trouxe muito conhecimento e como foi algo ininterrupto culminou tornando a estrutura da Bloxs referência neste mercado, quase um hub de energias renováveis: desenvolvedores, comercializadoras, epcistas, fornecedores de equipamentos, evolução da legislação etc. Tudo passava pelo nosso ecossistema de forma intensa e constante.

Esse reconhecimento no mercado atraiu projetos mais robustos e com maiores demandas de capital, o que levou a BCP, assessoria independente do grupo, a estruturar novas soluções de captação.

A evolução para os CRIs foi natural,  dados os atrativos desse tipo de oferta discutidos anteriormente. Com a tendência de queda na taxa básica de juros e as “derrapadas” de alguns ativos imobiliários tradicionais investidos pelos FIIs, o CRI de GD vai se manter como uma boa opção para os investidores.

Requisitos para a estruturação de um CRI de sucesso

Márcio menciona ainda os itens mais importantes a serem observados pelas empresas que desejam viabilizar seus projetos no mercado através de CRIs, como:

  • regiões propícias;
  • boas tarifas de energia;
  • capex adequado;
  • baixo custo de conexão;
  • facilidade de comercialização;
  • equipamentos de primeira linha; 
  • track record;
  • seguros de completion e de performance.

Esses são alguns dos aspectos a serem levados em consideração – explica. Atendendo a esses quesitos e alguns outros, a chance de sucesso na emissão de um CRI é bem grande.

Crescimento da estruturação de CRIs na Bloxs

Hoje, o CRI é a principal forma de financiar projetos fotovoltaicos em geração distribuída na unidade de Negócios da empresa. 

Em 2022, na etapa de estruturação, os CRIs representavam a segunda posição das emissões na Bloxs, com 18,3% de participação. Um ano depois, as ofertas praticamente dobraram, alcançando 36%. 

CRIs relacionados a projetos de energia em fase de Estruturação em 2022

Energia ganha destaque

Um ponto importante desse crescimento de operações de CRIs no setor de Estruturação da startup é o protagonismo que os projetos de energia ganharam no último ano frente aos empreendimentos imobiliários, que chegaram a representar 70% do segmento na plataforma.

De fato, entre janeiro e setembro de 2022, dos CRIs em estruturação na Bloxs, 73,3% foram ligados ao setor imobiliário, sendo 26,7% de energia. 

CRIs relacionados a projetos de energia em fase de Estruturação em 2023
CRIs em fase de Estruturação em 2023

Este ano, 51% dos CRIs estão ligados a projetos de energia e 46,9% relacionados ao setor imobiliário, somando o volume de R$ 1,26 bilhão.

De forma geral, os CRIs representam a maior fatia dos instrumentos em fase de estruturação, com 36,9%, com volume de R$ 1,56 bilhão, um aumento de 6.400% em relação a todo o ano passado, que foi de R$ 24 milhões.

Segundo a equipe de análise de dados da Bloxs, os CRIs em todo o mercado brasileiro somaram R$ 48,22 bilhões em emissões, com base em informações da Anbima.

Papel da Bloxs na estruturação de CRIs de energia

A Bloxs Capital Partners (B.CP) tem conhecimento profundo de toda a cadeia, razão pela qual consegue estruturar CRIs de geração distribuída de forma muito eficaz.

Márcio revela que muitas operações são apresentadas à Bloxs com alguns problemas que dificultam sua oferta no mercado. Dessa forma, o papel da B.CP é fazer uma espécie de “correção de rumo”, ajustando as fragilidades para que as operações propostas “debutem” no mercado da forma correta. 

Isto engloba desde a substituição de epcistas, adequação de equipamentos, ajustes no capex, modelagem, comercialização, dentre outros aspectos cruciais para o sucesso da operação.

Além disso, a B.CP possui o maior acesso aos investidores do mercado. Por meio do modelo desenvolvido, apostando pioneiramente em IA, Machine Learning, Big Data, a empresa tem hoje à disposição dos seus clientes a melhor e mais robusta plataforma de acesso ao mercado de capitais. As operações são conduzidas com qualidade e velocidade únicas.

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